sábado, 26 de janeiro de 2008

"Trocando o padrão do tecido" *

Não é lá muito inteligente interromper um aprendizado, mas quando se trata de aprender a lidar consigo mesmo e com a vida, SEMPRE o fazemos, mesmo que isso seja menos inteligente ainda!
Retomo agora meu dever-de-casa, onde começava a aprender a ter segurança...
Segurança de mim mesma!
E hoje, conversando com uma amiga real neste mundo virtual, percebi, como num passe de mágica, que estou longe de ser a única a ter desenvolvido, em alguma fase da vida, a tal da "dependência emocional".
Sim, causa-me espanto! Afinal, as regras são básicas e parece tão óbvio:
-Não tenha autopiedade!
-Não dê tanta importância ao que as outras pessoas pensam de você!
-Não se prenda a pessoas ou coisas que te fazem mal!
-Não importa o quanto você ama alguém, você tem que se amar mais!
-Não! Aquele(a) idiota não merece você!
-Preocupe-se com você! Olhe-se no espelho e se ache linda(o)! Admire suas inúmeras qualidades, sempre! Orgulhe-se daquele debate que você se saiu bem, ou da música que você compôs, ou da crítica que escreveu...
Assim, será apenas agradável e não necessário que outras pessoas o façam, afinal elas devem fazer isso com você e não no seu lugar.
-Não, você não vai morrer se aquela pessoa não amar você!
-Você NÃO deve precisar de ninguém para saber o quanto é especial!
-Você NÃO pode "terceirizar" sua felicidade... Estar bem com você mesma(o) tem que depender de você! E caso alguém atrapalhe essa relação é porque definitivamente não cabe na sua vida (pelo menos não com a importância que você dá!)

Por que tantos "não's"? Simples! Porque tudo se trata do que você NÃO pode fazer!
Teoria simples e óbvia! Prática nem tanto assim...
Temos origens biológica, cultural, social e familiar para comportamentos como esses. E, para se livrar deles as pessoas não costumam encontrar um meio termo muito fácil e acabam criando defesas em comportamentos que vêm, invariavelmente, com "capas" divertidas e atrativas como "tocar o foda-se"! Nesta também a teoria é legal! Afinal, existem momentos em que o mais correto e salvífico ato é exatamente este: tocar o foda-se (literalmente ou não...). Arriscado é o uso indiscriminado da máscara "tô nem aí" onde o sujeito apenas magoa a si mesmo e o outro, que geralmente nada tem a ver com o motivo da decisão precursora da indiferença.

Encontre o seu meio termo!
Clarisse já dizia que "a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena"...
Evite apenas o sofrimento óbvio, mas não negligencie a própria felicidade por um medo que pode ser infundado. Se não der certo, segue a sugestão de roteiro:
1. Deixe que a tristeza dure tempo suficiente apenas para que você não volte a sentí-la.
2. Dê-se um tempo para reavaliar (veja bem: REAVALIAR e não, remoer: é bem diferente!).
3. Seja dura(o) com você mesma(o) por alguns instantes: só assim poderá repensar até que ponto a culpa é realmente do outro!
4. Bata a poeira dos joelhos... E siga em frente!
Ahhh!!! E veja bem se na sua bagagem não tem alguma mala de pedras, se tiver, deixe-as aí mesmo, quem, em sã consciência, carregaria pesos desnecessários numa caminhada?

Estou tentando encontrar meu meio termo, enquanto isso não acontece eu erro, caio, conserto, choro, esbravejo... mas sempre com a consciência de que o mundo não pára pra que eu aprenda!

(*) (vide Itamar Assumpão e Alice Ruiz em Milágrimas).